Por Que os Judeus Não se Davam Com os Samaritanos?

Por Que os Judeus Não se Davam Com os Samaritanos?

Quando perguntamos o Por Que os Judeus Não se Davam Com os Samaritanos, estamos mergulhando em uma história milenar que se desdobra na mesma região geográfica onde hoje se encontram o Estado de Israel e os Territórios Palestinos.

Essas terras, repletas de história, foram o palco onde ambas as comunidades desenvolveram suas identidades, práticas religiosas e sociais.

No entanto, é importante notar que os samaritanos de hoje são uma comunidade distinta, preservando suas tradições únicas, e não devem ser confundidos com os palestinos árabes modernos.

Embora ambos os grupos residam em regiões próximas, suas origens e histórias são diferentes.

Origem dos Samaritanos

Tudo começou após a morte do Rei Salomão, por volta do século 10 a.C.

A discórdia entre as tribos de Israel resultou na divisão do reino em dois grupos distintos:

o Reino do Norte, conhecido como Israel, composto por dez tribos, com sua capital sendo Samaria.

E o Reino do Sul, conhecido como Judá, composto pelas tribos de Judá e Benjamim com sua capital sendo Jerusalém.

Quando o Reino do Norte foi conquistado pelos assírios em 722 a.C., muitos habitantes das 10 tribos foram exilados pelos assírios.

Os samaritanos seriam os remanescentes que não foram para o exilio sendo da tribo de manasses, Efraim e Levi.

Quando os assisrios conquistaram o reino do norte eles também trazendo outros povos cativos da assírio sendo assim os israelistas locais que não foram exilados se misturaram com outros povos pagãos trazidos da assírio dessa misturas de povos surgiram os samaritanos

Indicando que os samaritanos são descendentes desses povos misturados com a população israelita local que não foi exilada.

Local de adoração

O Reino do Norte, localizado na Samaria onde os samaritanos traçam suas raízes, estabeleceu seu centro religioso no Monte Gerizim, considerado por eles como o local determinado por Deus para ser o verdadeiro santuário.

Na tradição judaica, o sacrifício de Isaque, ocorreu no Monte Moriá, que mais tarde se tornou o local onde o Templo de Jerusalém foi construído.

Os samaritanos, no entanto, têm uma tradição diferente. Eles acreditam que o evento aconteceu no Monte Gerizim e não no Monte Moriá.

Este é um dos pontos de divergência teológica entre judeus e samaritanos. Para os samaritanos, o Monte Gerizim é o monte mais sagrado e é visto como um local central de adoração e sacrifício, em vez do Monte do Templo em Jerusalém, que é sagrado para os judeus.

Essa diferença na localização do evento é um reflexo das divergências mais amplas entre as duas comunidades em relação aos locais sagrados e suas respectivas tradições religiosas.

Para os samaritanos, o Monte Gerizim é o lugar escolhido por Deus para a revelação divina e para o estabelecimento de um santuário, o que é um ponto chave na identidade religiosa samaritana.

Por outro lado, os judeus, associados ao Reino do Sul, centraram sua adoração em Jerusalém, onde estava localizado o Templo de Salomão o centro da prática religiosa judaica.

A divisão entre esses dois reinos e seus centros religiosos distintos culminou em diferenças teológicas que se desenvolveram ao longo dos séculos.

Livros sagrados

As diferenças entre esses 2 povos são marcantes e têm sido centrais na distinção entre as duas comunidades ao longo dos séculos.

Judeus:

Para os judeus, os textos sagrados se concentra na Tanakh, composta por três partes: a Torá (Lei)(ou o pentateuco), os Nevi’im (Profetas) e os Ketuvim (Escritos). A Tanakh sendo escrita em hebraico.

Samaritanos:

Os samaritanos, por outro lado, aceitam apenas o Pentateuco, quem são os cinco primeiros livros da Bíblia.

A Pentateuco samaritano tem várias diferenças textuais em comparação com a Torá judaica.

Algumas dessas diferenças são pequenas como a escrita ser em samaritano, enquanto outras são bastante significativas e afetam a prática religiosa e a teologia.

Por exemplo, na Torá samaritana, o Monte Gerizim é apresentado como o local escolhido por Deus para o estabelecimento de um santuário, o que é fundamental para a crença samaritana de que o Monte Gerizim, e não Jerusalém, é o local sagrado designado por Deus.

Essas diferenças nos textos sagrados são reflexos e reforçadores das divergências teológicas e históricas entre as duas comunidades.

Os textos não apenas registram a fé e a história, mas também são ativamente usados na prática diária da religião, na educação das novas gerações e na perpetuação da identidade cultural de judeus e samaritanos.

Identidade religiosa

Os samaritanos afirmam que suas tradições, como a celebração da Páscoa no Monte Gerizim, são as mais antigas e autênticas.

Os judeus, por outro lado, consideram que suas práticas religiosas são o resultado de um entendimento aprofundado e da evolução da lei e da ética divinas, conforme interpretadas pelos rabinos ao longo dos séculos.

A questão de autenticidade é, portanto, mais do que uma disputa teológica; é uma questão de identidade cultural e histórica.

Esses conflitos de identidade religiosa tem sido um dos principais motivos para a persistente divisão entre judeus e samaritanos ao longo da história.

Conflitos históricos

Os conflitos históricos entre judeus e samaritanos são marcados por antipatias e episódios de violência que remontam a milênios.

Um dos episódios mais marcantes foi a destruição do templo samaritano no Monte Gerizim.

Sua destruição, atribuída a João Hircano, governante judeu do século II a.C., é um exemplo claro da inimizade entre os dois grupos e uma ferida histórica para os samaritanos. Esses conflitos históricos tiveram consequências duradouras, solidificando a divisão e o ressentimento entre judeus e samaritanos.

Uma das manifestações mais tangíveis dessa divisão foi a proibição de casamentos entre judeus e samaritanos.

Casamentos mistos eram vistos como uma violação das tradições e da pureza religiosa, e portanto, eram fortemente desencorajados, se não totalmente proibidos.

Por outro lado, os samaritanos viam os judeus como opressores e usurpadores que não apenas haviam se desviado do verdadeiro culto no Monte Gerizim mas também tinham negado aos samaritanos seu devido lugar dentro da comunidade israelita mais ampla.

Impacto moderno

Os samaritanos hoje em dia são uma pequena comunidade religiosa que vive principalmente na região da Samaria, que faz parte da Cisjordânia terreno pertencente a palestina.

A reconciliação entre judeus e samaritanos no mundo é necessária para a paz e coexistência harmoniosa na região.

Diversas iniciativas têm sido tomadas para promover a compreensão mútua e o respeito pelas diferenças e semelhanças históricas e culturais.

O processo de reconciliação também envolve a superação de antigas rivalidades, o que requer esforços concertados para reconhecer e curar as feridas do passado.

Esses esforços de reconciliação não são isentos de desafios, mas representam passos importantes no caminho para uma coexistência pacífica.

Bem a história dos judeus e samaritanos é marcada por divisões profundas e, muitas vezes, conflitos violentos.

ao refletir sobre este passado tumultuado, emerge a possibilidade — e a necessidade — de uma coexistência pacífica.

No caso dos judeus e samaritanos, respeitar as diferenças significa reconhecer e valorizar as distintas tradições religiosas e históricas.

Ao olhar para o futuro, a lição mais poderosa que se podemos tirar do relacionamento entre judeus e samaritanos é que a história não precisa ditar o destino.

As gerações presentes e futuras têm a capacidade e a responsabilidade de escrever novos capítulos caracterizados pela harmonia e pelo respeito mútuo.

Embora o caminho adiante possa ser complexo, o esforço conjunto para superar o passado e construir pontes para o futuro é, sem dúvida, a jornada mais valiosa que esses povos podem empreender juntos.

A história do encontro de Jesus com a mulher samaritana, registrada no capítulo 4 do Evangelho de João, é rica em significados simbólicos e teológicos e servem como um exemplo de cooperação mutou.

Jesus, um judeu, fala com uma mulher samaritana. Naquele tempo, havia uma forte hostilidade entre judeus e samaritanos, e os homens judeus geralmente não falavam em público com mulheres. Ao pedir água a ela, Jesus rompe com as convenções sociais e religiosas daquele época.

FAQs (Perguntas Frequentes: Quem eram os Samaritanos? | Descubra o Motivo Real do Ódio aos Samaritanos!)

1. Quem eram os samaritanos? R: Os samaritanos eram um grupo étnico-religioso que se originou das tribos de Israel, especificamente dos remanescentes que não foram exilados após a conquista assíria do Reino do Norte em 722 a.C.

2. Por que os samaritanos eram odiados? R: Os samaritanos eram muitas vezes desprezados por divergências religiosas e políticas, especialmente pelos judeus do Reino do Sul, que viam suas práticas como desvios da fé judaica ortodoxa.

3. Os samaritanos ainda existem? R: Sim, os samaritanos ainda existem como uma pequena comunidade na região da Samaria, na Cisjordânia, mantendo suas antigas tradições e práticas religiosas.

4. Qual é a relação dos samaritanos com os judeus hoje? R: Hoje, a relação entre samaritanos e judeus é geralmente pacífica, embora ainda existam diferenças religiosas e culturais significativas.

5. Qual era a religião dos samaritanos? R: A religião samaritana é baseada em sua própria versão do Pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia, com uma forte ênfase na adoração no Monte Gerizim, ao invés de Jerusalém.

6. Como os samaritanos diferem dos judeus em suas práticas religiosas? R: Além de terem um texto sagrado diferente, os samaritanos têm um calendário litúrgico próprio, celebrações únicas e mantêm o Monte Gerizim como o centro de suas práticas religiosas, ao contrário do Monte do Templo em Jerusalém para os judeus.

7. Os samaritanos e os palestinos são o mesmo povo? R: Não, os samaritanos e os palestinos modernos são grupos distintos com diferentes histórias e identidades culturais.

8. Como os samaritanos foram retratados na Bíblia? R: Na Bíblia, os samaritanos são muitas vezes retratados de maneira negativa, mas também há histórias como a da mulher samaritana e a parábola do Bom Samaritano, que mostram interações positivas e ensinamentos de compaixão.

9. Existem esforços de reconciliação entre samaritanos e judeus? R: Sim, existem iniciativas inter-religiosas e culturais visando melhor compreensão e respeito mútuo, embora o progresso seja gradual e complexo.

10. Qual é a importância dos samaritanos para a história religiosa? R: Os samaritanos oferecem uma perspectiva única sobre a história antiga de Israel e a diversidade de práticas religiosas na região, contribuindo para o entendimento mais amplo das origens do judaísmo e do cristianismo.

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